Acho esse tema incrível! E, para nós RPs, é fundamental estar antenado em assuntos de tamanha relevância para o ambiente corporativo. Vale a leitura, vale a dica, vale refletir sobre o assunto, vale investir em ações socioambientais. Mas claro, sem esquecer que a ética, a transparência, o comprometimento e, acima de tudo "o fazer de verdade" tem que estar em primeiro plano.
Sustentabilidade está para a gestão como o lucro está para os negócios
Os campos de oportunidades são imensos e muitas vezes surpreendentes. De maneira geral, temos uma macrotendência no horizonte: a adoção irrestrita, ainda que gradual, da sustentabilidade nos negócios.
Há aproximadamente 10 anos, o tema começou a engatinhar na agenda corporativa e hoje já está cada vez mais universal e incorporado à gestão dos negócios. Mas há muito para avançar. Um olhar atento para a quantidade de empresas e setores da sociedade que ainda precisam de um “choque de sustentabilidade” dá a dimensão do desafio. A metade do copo cheio é ver quanto já avançamos. Dentro dessa discussão, há alguns temas emergentes e que devem se consolidar nos próximos anos. Trago-os aqui como provocações e não necessariamente com as respostas:

Comunicação, transparência e confiança – Não existe mais o mundo do on e do off. Com alguma frequência, temos visto líderes e celebridades expostos em situações desagradáveis expressando algo que não diriam em público. Hoje, qualquer pessoa com celular e câmera tem o poder da informação nas mãos. Assim, querer esconder fatos e práticas de consumidores é cada vez mais difícil e antieficiente sob o ponto de vista de negócios, pois pode voltar-se contra a marca. Comunicar com transparência é construir confiança, e isso será cada vez mais importante daqui para a frente.
Colaboração e diversidade – A diferença faz a diferença. Acredito piamente nesta frase e também que um ambiente de trabalho saudável e produtivo se baseia na capacidade de criar a convivência entre os diferentes. Essa capacidade está diretamente ligada à colaboração no ambiente de trabalho. A capacidade de inovar dos próximos anos estará na contribuição de mentes diferentes trabalhando de forma colaborativa. Colaboração não é somente uma relação de troca, mas sim fazer que 1+1 seja igual a 3.
Decrescimento versus crescimento – Esta talvez seja a grande fronteira da sustentabilidade. Apesar de ser uma discussão que emergiu na década de 70, começou a ganhar força nos últimos anos. O ponto principal é de que a economia faz parte de um sistema, o planeta, e, portanto, os recursos vêm de certo equilíbrio, cujo rompimento não interessa a ninguém no longo prazo. Assim, há um limite para o crescimento. Como as empresas podem levar isso em conta em seus modelos de negócios?
Ética e liderança – Os escândalos corporativos da década passada trouxeram a questão da ética com muita força para a agenda corporativa. Os bons resultados de uma empresa não garantem a perenidade do negócio por si só. Mais do que a última linha do balanço, cada vez mais os investidores e a sociedade querem saber o que foi necessário fazer para se atingir tais resultados. Ainda existe certo vazio de liderança na questão ética. A boa notícia é que as publicações de negócios e gestão estão valorizando cada vez mais esses temas e gerando conteúdo de referência, sinalizando uma mudança de perfil da liderança.
Resumindo: tudo o que foi dito acima tem como pano de fundo a constatação de que sustentabilidade é parte integrante da gestão e não algo mais a se fazer. Esta afirmação talvez soe óbvia demais dentro de 20 anos e esta terá sido uma grande conquista, mas deixo aqui como visão: sustentabilidade está para a gestão como o lucro está para os negócios.
* Fábio Barbosa é presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e do Grupo Santander Brasil.
Fonte: Ideia Sustentável
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