sexta-feira, 24 de abril de 2009

Comissão do MEC quer garantir liberdade curricular dos cursos de Jornalismo

O Presidente da Comissão formada pelo Ministério da Educação para aplicar novas diretrizes curriculares aos cursos de Jornalismo, José Marques de Mello, deixou claro que o objetivo do grupo é garantir “a liberdade curricular nas universidades e estabelecer diretrizes que não sejam uma camisa de força. Vamos respeitar as diversidades regionais, não queremos um tipo de jornalismo chapado. Defendemos uma formação básica genérica e unificada, mas cada curso deve procurar uma vocação”, explicou ele ao Comunique-se, ao término da audiência realizada na manhã desta sexta-feira, no Recife.

Ele avaliou como produtivo o encontro com representantes das associações, entidades de classe e jornalistas profissionais. “Todos nos trouxeram propostas concretas do perfil do novo jornalista, das competências deste profissional".

O presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, apresentou um resumo das sugestões da entidade para o estimulo à qualidade do ensino do jornalismo (leia na íntegra aqui). “Somos contrários à dupla formação, à complementação da formação, favoráveis ao curso específico dentro do campo da comunicação. Pedimos também uma audiência depois da que será realizada em São Paulo, em 18/05, para a apresentação da conclusão do resultado final do trabalho desse grupo de especialistas”, contou Murillo.

Ele lamentou a ausência de representantes das entidades patronais, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert). “Espero que essa ausência não signifique que essas entidades sejam contra a formação superior, já que são contra a obrigatoriedade do diploma. Acho um desrespeito ao trabalho que esse grupo voluntário está desenvolvendo no sentido de qualificar o ensino no País”.

“Na verdade essa ausência não significa boicote. As entidades patronais têm mandado sugestões, não estão ausentes. Nem sempre as datas das audiências são viáveis para todos”, respondeu Mello.

As audiências têm sido um avanço, na avaliação do presidente da Comissão. Ele está ciente de que há posições contrárias e deixou claro que o grupo vai estabelecer diretrizes “consensuais, que atendam à sociedade”.

Sobre as contribuições recebidas por e-mail até 30/03, ele conta que o grupo já leu as sugestões. “Há muita coisa pontual, repetitiva. Uma equipe do MEC está fazendo uma grade com essas contribuições”.

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